Despertar o sonho da criança. É este o objetivo básico, simples, grandioso e muito bem realizado, que os competentes atores conseguem alcançar com quem assiste o espetáculo “João e Alice em: a liga da justiça”.
Sonho idealizado um dia por qualquer criança: ser um super herói! A Liga da Justiça não quer contar a história de grandes super-heróis dos quadrinhos como Batman, Super Homem, Lanterna Verde, Mulher Maravilha ou Mulher Gavião, mesmo que isso pareça o óbvio a acontecer. Nem tão pouco a vingança do Coringa, maior inimigo do Homem Morcego, ou o surgimento do Flash.
Quem nunca desejou ter super poderes para salvar o mundo? O pequeno João percebe que o conhecimento que ele possuiu sobre o universo dos quadrinho lhe dá a maior tarefa de todas: guardar o segredo dos super heróis. Eis ai uma forma de salvar o mundo. Desta forma nenhum vilão, nem mesmo o Coringa, poderia conhecer as fragilidades dos heróis. Contudo, a astucia do vilão pode modificar este quadro.
Alice, faz muito bem o papel de irmã mais velha. Como toda irmã, usa racionalmente sua psicologia para tentar convencer o irmão de que heróis e, tampouco, super poderes existem. Os personagens femininos ainda aumentam a responsabilidade da trama através da Mulher Gavião. Ela passa a figurar como uma heroína difícil de se confiar. O que será que ela vai aprontar?
A particularidade da personalidade de cada personagem é exaltado no perfil representativo deles, dando um ar cômico a trama. As investidas do galanteador Super Homem em cima da focada Mulher Maravilha contrapõe aos assédios da Mulher Gavião para junto ao Lanterna Verde. Este absorvido pelo desespero de ser constantemente comparado com o Hulk – em determinado momento até conferido como Robin pelo Coringa- e pela exclusão de ser o único herói que não possui um boneco.
Acha pouco os argumentos para ver a peça? Ainda falta mencionar o pequeno João. O verdadeiro herói da peça. Ele carrega toda a torcida para que o pequeno herói salve o mundo. A identificação das crianças com ele é imediata.Afinal, a atuação do pequeno ator não deixe a deseja e acompanha perfeitamente a experiência dos demais atores. Mas, os adultos não se preocupem. Nem mesmo o menor prodígio de talento que esteja perdido na plateia perderá a oportunidade de interagir com os atores.
O espetáculo está em cartaz, durante o mês de julho, no Teatro Vanucci, no Shopping Gávea, rua Marques de São Vicente- 52. Com texto e direção de Grazielle Menezes, a peça tem 50 minutos de duração.
(Douglas Lima)